Essa semana ouvi algo interessante. Depois de todos os jornais falarem sobre o caso do menino arrastado pelo asfalto numa fuga de assalto, fui assistir no domingo ao Fantástico. Até porque isso acaba se tornando inevitável quando não se tem algo melhor para fazer. Mas dessa vez acho que acrescentou alguma coisa. Pelo menos pra mim. Entre muitos entrevistados estava a filósofa capixaba Viviane Mosé.
Na tentativa de explicar a situação da sociedade atual, em relação a marginalidade e a violência, ela descreveu a questão. Não vou transcrever o que ela disse, até porque não teria como, pois já não me lembro ao pé da letra. Mas a teoria dela sobre esses casos foi muito, digamos, interessante. De acordo com ela, já que o homem vem numa evolução constante, ele sai de seu estado animal para se tornar o que somos hoje e vivermos em sociedade e harmoniosamente. Então para isso foram criadas regras, nas quais controlam, de certa forma, nossas atitudes e instinto. E para que possamos viver em sociedade isso é imprescindível. Porém, nós temos uma tendência a eliminar ou colocar de lado quem e o que a gente acha que não tem que fazer parte do nosso grupo, seja pelo motivo que for. Dessa forma, para vivermos em sociedade e ela consequentemente ser harmônica, é preciso seguir as regras, que são impostas na forma de lei e que aquele que não obedecer tem um castigo, uma advertência, apresentada então como cadeia, prisão.
No entanto, quando se exclui alguém desse convívio, ninguém pára para pensar numa coisa: para viver em sociedade é preciso seguir regras, obviamente criadas pelas pessoas dessa mesma sociedade. Quando eu sou "excluída" e deixo de fazer parte disso, subentendo que não preciso mais seguir as regras, já que não convivo no grupo em que ela é imposta. A partir disso, essas pessoas passam a criar suas próprias regras e agem como no princípio de tudo: como animas, deixando que o instinto tome conta de seus atos.
É algo a se pensar. Não tento dar explicações para ações de bandidos ou algo parecido. A questão é que não adianta tentar acerta o final da questão, se o início continua o mesmo. Se não tentarmos arrancar o mal pela raiz, não há planta que resista.
A coisa toda é muito mais profunda.
Realmente o caso dessa semana foi absolutamente horrível e triste para todos. Mas temos que ficar atentos não só a essa situação, como um caso isolado. É preciso rever toda uma situação e, se isso ainda for possível, tentar consertar a base de tudo.
Até a próxima!
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