terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Ser maduro é...

Ser maduro é fingir que nada acontece, enquanto se morre por dentro...

É fingir paciência, calma e leveza, enquanto o coração está gritando e sangrando...

É fingir indiferença, enquanto o coração bate forte....o ar te sufoca, o suor escorre, a cabeça gira....

E você mantém a feição séria, um leve sorriso nos lábios...mas os olhos opacos e vazios...

É fingir, fingir e fingir...e por este caminho continuo imatura. Por isso apanho da vida a cada sinceridade dita.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Antes de Nascer o Mundo, Mia Couto

Há algum tempo fui apresentada a um autor por quem me apaixonei loucamente: Mia Couto. Africano, de Moçambique, Mia me trouxe muitos pensamentos quanto a vida, o isolamento, recordações e a fuga de problemas que nos afetam profundamento. Meu primeiro livro foi o romance Antes de Nascer o Mundo (Jerusalém), de 2009.

O livro relata a história de Silvestre Vitalício que, após a morte da esposa, se refugia em "Jerusalém", junto com seus filhos Ntunzi e Mwanito. No lugarejo, ele cria uma nova vida com os filhos e alguns "amigos" que os protegem das pessoas da cidade. Algo que me lembrou um pouco o filme A Vila, de M. Night Shyamalan. O romance é todo narrado pelo filho mais novo, Mwanito, que chegou a Jerusalém ainda pequenino. Assim, acompanhamos suas descobertas e olhares sobre a vida...

O pano de fundo do romance de Mia Couto é o país africano Moçambique, "terra de tragédias e belezas, de mistérios e duras realidades". De forma poética, o leitor é preso a cada frase, a cada reação dos personagens e de suas amarguras com a vida.

Trechos:
"Porque sou como os habitantes de Jerusalém. Não tenho saudade, não tenho memória: meu ventre nunca gerou vida, meu sangue não se abriu em outro corpo. É assim que envelheço: evaporada em mim, véu esquecido num banco de igreja".

"Não chegamos realmente a viver durante a maior parte da nossa vida. Desperdiçamo-nos numa espraiada letargia a que, para nosso próprio engano e consolo, chamamos existência. No resto, vamos vagalumeando, acesos, apenas por breves intermitências. Uma vida inteira pode ser virada do avesso num só dia por uma dessas intermitências" .

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Movimentando

Este blog anda muito deprê e melancólico. E a vida pede alegria, felicidade e sorrisos. Por isso, vamos voltar a escrever sobre coisas bacanas, como livros, cinema, arte...

Ano novo...novas escritas!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

gardênias e hortênsias 
não façam nada 
que me lembre 
que a este mundo eu pertença

deixem-me pensar 
que tudo não passa 
de uma terrível coincidência


Paulo Leminski

domingo, 1 de janeiro de 2012

Presente

Um dos grandes presentes de 2011 foi a minha voz de todas as noites. Que me ouve, me faz rir, pensar...mesmo que algumas vezes não tenha certeza do que se passa por dentro deste coração. O que importa é a presença positiva em momentos tão difíceis.


E assim recebo como dedicatória dela no primeiro dia do ano:


Rondó da Liberdade

"É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer.
O homem deve ser livre... 
O amor é que não se detém ante nenhum obstáculo, e pode mesmo existir quando não se é livre.
E, no entanto ele é em si mesmo a expressão mais elevada do que houver de mais livre em todas as gamas do humano sentimento.
É preciso não ter medo, é preciso ter a coragem de dizer".


Carlos Marighella