quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Reflexões 2008


Mais um ano se fecha. Mas dessa vez com o pé direito. Depois de um fim de 2007 conturbado e problemático, um 2008 com transformações pessoais e profissionais, espero um 2009 com a esperança de subir muitos degraus a mais. Concretizar sonhos e conquista.

Considero 2008 um ano de fechamento de um ciclo em minha vida e a abertura de um novo. Novos horizontes, muitas pessoas ao redor, música, dança e a sagrada cervejiinha que não pode faltar.

Descobri novos amigos, fortaleci relações com os antigos, sonhei com uma vida melhor e feliz, que tem chegado lentamente, mas no tempo certo.

É isso! No balanço final, não passaria por tudo de novo, mas valeu a pena, apesar de todas as dores e problemas.

E que venha 2009...

sábado, 20 de dezembro de 2008

Muita gente ainda sem moradia em Rio Bonito

Maíra Mello - O Fluminense

Quase um mês após a forte chuva que castigou o município de Rio Bonito, na Região Leste, hoje o que se vê são casas desertas, lama, avisos de interdição e muito abandono. Até o momento, as famílias que tiveram suas casas interditadas ou destruídas não puderam retornar aos seus lares.

Nos bairros mais atingidos, como Boqueirão, Mangueirinha, Bosque Clube, Jacuba e Marajó, onde duas pessoas morreram em conseqüência dos estragos, algumas casas continuam interditadas por precaução, já que ainda chove na região, atrapalhando a secagem do solo.

Os desabrigados e desalojados, que a princípio estavam instalados no Ciep Professor Honesto de Almeida Carvalho, na Praça Cruzeiro, foram para casa de vizinhos ou parentes por conta própria, de acordo com a Prefeitura.

Apesar dos problemas, muitos demonstram vontade de voltar para casa.

"Eu e minha família estávamos na lanchonete do meu marido, mas não temos mais condições. Temos filhos e precisamos de nossa casa ", desabafou a dona de casa Miriam Marinho, de 42 anos, que ainda completou.

"O problema é que não podemos mexer em nada. Temos que esperar a Prefeitura fazer isso, mas até hoje nada foi feito".

Miriam não é a única a demonstrar o que tem sentido pelo que aconteceu. A dona de casa Ester Nunes de Carvalho, de 43, também está revoltada por não poder voltar à casa que construiu.

"Só precisam retirar a terra que caiu atrás de minha casa. Não é certo essa demora", reclamou.

Além de quem teve a casa destruída por quedas de barranco, a população que mora próxima aos córregos e rios também ainda sofre.

"Tenho um cômodo embaixo de minha casa que eu alugava. Perdi todos os móveis que estavam lá", declarou a professora Rosiane Araújo, de 31 anos. A auxiliar de escritório Luzia de Fátima Martins, de 25, mora em outro córrego, no bairro da Mangueirinha e teme mais problemas.

"Sempre que chove ficamos com medo", contou.

Algumas pessoas ficaram traumatizadas com tudo o que aconteceu.

"Minha avó ficou muito abalada com as tragédias ocasionadas pela chuva. Tivemos até que levá-la para consultar um psicólogo", afirmou a dona de casa Isabela Pereira, de 18 anos.

Angústia - No dia 25 completa um mês que as chuvas deixaram cerca de 300 casas total ou parcialmente destruídas e outras duas mil em área de risco.

Segundo a Prefeitura de Rio Bonito, ontem, um engenheiro da Companhia Estadual de Habitação (Cehab), esteve na cidade, e junto com a secretária de Meio Ambiente, Carmem Mota e o secretário de Urbanismo, Luís Francisco Soares, verificaram os possíveis terrenos onde possam ser construídas casas populares.

domingo, 30 de novembro de 2008

Aumenta o número de vítimas da chuva

Maíra Mello - O Fluminense

Subiu para 833 o número de desabrigados no Rio por conta das chuvas, segundo levantamento da Coordenação da Defesa Civil do Estado. O número de desalojados não teve alteração e se manteve em 2.023 pessoas.

O aumento dos desabrigados no Estado é resultado da forte chuva que caiu em Campos, no Norte Fluminense, na última quinta-feira. Cerca de 436 pessoas ficaram desabrigadas na cidade. De acordo com o comandante Henrique Oliveira, da Defesa Civil no município, o número de desabrigados tende a aumentar, já que a chuva continua a cair na região.

Segundo a Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil, o município mais castigado pelas chuvas até agora é Rio Bonito. A Defesa Civil do município confirmou duas mil casas com risco de desabamento. Os principais bairros atingidos são Boqueirão, Bosque Clube, Rio Vermelho e Marajó, onde duas pessoas morreram após deslizamento de terra na terça-feira. Aproximadamente 1,2 mil pessoas estão desalojadas e 40 desabrigadas.

De acordo com a Secretaria de Comunicação de Rio Bonito, ontem um helicóptero águia da Polícia Militar sobrevoou a cidade, com a secretária municipal de Meio Ambiente, Carmem Mota, o geólogo Paulo Guimarães, do Departamento de Recursos Minerais, e o tenente-coronel Bandeira, coordenador da Defesa Civil estadual na região, para analisar a situação e tomar as medidas necessárias.

O prefeito José Luiz Alves Antunes, o Mandiocão, colocou toda a equipe municipal em regime de plantão para o final de semana. "Estamos fazendo o possível para que não tenhamos mais vítimas fatais". Mais de 215 mil pessoas foram afetadas pela forte chuva dos últimos dias no Estado, além de três óbitos, um em Volta Redonda e dois em Rio Bonito.

Municípios têm postos para receber doações

A Prefeitura de Rio Bonito disponibilizou o número da conta corrente para que as pessoas possam fazer doações às vítimas dos temporais em Rio Bonito. O número é 15602-7, agência 0627-0, no Banco do Brasil.

Também há locais em outros municípios onde as doações podem ser feitas: em Niterói, no Centro Universitário Plínio Leite (Centro); em Itaboraí, na Secretaria de Desenvolvimento Social (Centro); em Tanguá, na Defesa Civil Municipal (Centro); em Rio Bonito, na Igreja de São João Batista, Igreja Batista, Ciep Professor Honesto de Almeida Carvalho (bairro da Mangueirinha) e na Secretaria de Bem-Estar Social (Centro); e em São Gonçalo, no Centro de Referência em Assistência Social (Barro Vermelho).

Hoje, às 13 horas, motociclistas do grupo Bode do Asfalto, formado por maçons de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Rio de Janeiro levam doações às famílias que sofreram com a forte chuva em Rio Bonito. Os produtos serão entregues ao Hospital Regional Darcy Vargas.De acordo com a concessionária Autopista Fluminense, responsável pelo trecho da BR-101 que vai da Ponte Rio-Niterói à divisa com o Espírito Santo, a rodovia está parcialmente interditada na altura do quilômetro 28, em Campos. Ontem a equipe da concessionária esteve no local para resolver a situação.

Na última quinta-feira, a Sesdec já havia decretado estado de emergência em cinco municípios fluminenses: Carapebus, Silva Jardim, Paracambi, Barra do Piraí e Rio Bonito. Essas cidades, junto a Campos, têm a maior parte dos desalojados e desabrigados.

Ao nosso lado

Depois de muitos acontecimentos vemos que todos os clichês são verdadeiros. Isso é comprovado cientificamente (de acordo comigo, claro!). Como estar perto da família. Nem todas são iguais, nem todas são legais. Nenhuma mulher nasce com o tal instinto maternal...nem todo pai é o grande herói. Mas quando pelo menos algumas coisas sobram dessa mistura toda, ainda sim vale a pena.

É poder compartilhar. Saber quer existem pessoas que realmente te conhecem sem você ter que dizer uma só palavra. Briga, chora, pára até de falar...mas nunca por muito tempo. Porque são necessários hoje e sempre. Eternamente!

Faz falta...

sábado, 29 de novembro de 2008

A vida anda...pra frente sempre

Minha saga jornalística essa semana se deparou com uma ótima oportunidade. Que meu lance é cultura todos sabem. Revista então, nem se fala.
Por isso, queridos leitores, quem tiver sugestão de pauta sobre comportamento, deixem aqui. Sua sugestão é muito valorizada. E saiba que estará ajudando essa jornalista a voar mais alto em breve.
Thanks...merci...brigaduu!!

sábado, 22 de novembro de 2008

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Adriana Calcanhoto


E isso é tudo que tenho a dizer por hoje....

sábado, 8 de novembro de 2008

"O homem Cordial"

"Era um homem cordial. Fazia questão disso. Adorava ser educado, usar palavras gentis, dar preferência, ter compostura. Adorava a palavra compostura.

Na fila do banco, do supermercado, numa loja, na padaria, sempre olhava para ver se tinha algum idoso, alguma mulher, uma grávida quem sabe, com quem pudesse ser gentil, a quem pudesse ceder a vez.

No trânsito, costumava ser insultado com freqüência, porque vivia deixando qualquer um passar na frente, esperava aquela velhinha atrapalhada estacionar sem pressa, nem chegava perto dos motoboys, parava no sinal ainda amarelo, nunca ultrapassava a velocidade permitida. "Sai da frente, mané! Roda presa!", ouvia, e deixava para lá, com um sorriso superior, de quem sabia exatamente o que estava fazendo e fazia exatamente o que queria fazer: ser correto, gentil, sem estresse, tentando provar para ele mesmo, para sua família e para o mundo que, sim, o homem é basicamente bom. E o brasileiro, particularmente, é cordial, o Sergio Buarque de Hollanda estava certo...

Houve um dia que chegou ao cúmulo de esperar mais de uma hora no aeroporto porque não agüentou assistir ao bate-boca entre um passageiro que perdera o vôo e o atendente, ambos explodindo de irritação. Para acabar com aquele "clima ruim", cedeu seu lugar para o Rio de Janeiro. "Vou no próximo, é ponte aérea, não demora nada", afirmou para interlocutores totalmente atônitos.

Não que esperasse alguma coisa em troca da sua gentileza. Já tinha ouvido falar do tal profeta do Rio, aquele que dizia que "gentileza gera gentileza", mas nem com relação a isso alimentava muita expectativa. Agia dessa maneira simplesmente porque achava correto.

Como achava correto dar bom dia e boa tarde, apertar o botão do elevador para os demais passageiros, abrir a porta do carro para as mulheres.

Também não achava correto fechar o vidro na cara daqueles maltrapilhos que vinham pedir esmola no semáforo ali na esquina da sua casa. Até conhecia alguns, sempre dava uns trocados, por isso não estranhou quando o homem se aproximou com a cabeça coberta por um cobertor imundo e encostou no carro, como que pretendendo limpar o pára brisa, com um paninho mais imundo ainda. Abriu o vidro apenas para dizer que não precisava limpar o vidro, que de fato não seria limpo mesmo, porque iria dar a moeda para o homem de qualquer jeito.

Não deu tempo de dizer nada, porque por debaixo do cobertor surgiu a outra mão do homem, com um caco de garrafa pontiagudo.

O corte pegou da boca até a orelha, quase talhando a jugular, passando perto do olho.

Conseguiu chegar ao hospital tempo de estancar a hemorragia, levou dezenas de pontos, quase sucumbiu a uma infecção, mas já está em casa, sem poder falar.

É meio perversa a minha curiosidade, mas queria saber o que ele pensa agora a respeito da cordialidade.

É difícil saber qual é o limite da bondade (e da maldade) humana."

__________________________

Luíz Caversan - colunista do site da Folha


Ps. E aí eu pergunto: Em que mundo estamos??? Ou melhor: em que mente estamos???

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Boas Novas

Enfim, vê-se uma luz no fim do túnel. Depois de um fim de ano conturbado, o início de outro frenético, eis que chega a paz. Um novo ciclo de minha vida começa com o pé direito. Nervosismo e muita expectativa de mudanças.

Sempre com a boa energia de amigos, que são poucos, porém cheios de amor para me dar. E isso basta!!!

A partir de hoje posso realmente fazer jus ao meu tão suado canudo e a todas as pessoas chatas que tive que aturar durante a faculdade.

Enfim, sou jornalista.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"Em todas as lágrimas há uma esperança"
De Beauvoir.

Tenho pensado muito nessa frase ultimamente. Simone de Beauvoir sempre me entende. Não só ela, como Clarice Lispector. Enfim...

Realmente, sempre há esperança. Ao contrário do que muitos costumam dizer, ela não é a última que morre. A esperança não morre jamais. E vou sempre confiar nisso..

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

"O vazio é um meio de transporte pra quem tem coração cheio"

O título da postagem é de uma música de Paulinho Moska, grande entendedor da vida e suas consequências emocionais. Consequências emocionais porque alguns acontecimentos na nossa vida nos afetam na parte mais sensível mesmo: o sentimento. Seja o que for que aconteça: uma briga com o amigo; desentendimento com a família; um esporro do chefe...a dor é por dentro. É invisível, o que a torna ainda pior. Temos pena de quem faz uma operação, leva um tiro, corta um dedo até, mas quando a ferida é interna, ninguém vê, ela se torna invisível e consequentemente ignorada e mal interpretada pelas pessoas.

Mas por que a atenção alheia se torna importante nessas horas? Por que muitas vezes nos importamos com o que os outros acham ou deixam de achar? E pior: nos aborrecemos com isso. Palhaçada! No final é tudo uma palhaçada só. Somo criados para contar com as pessoas, pensar nelas, nos colocarmos em seus lugares...pra que? Afinal, quem faz isso??? Posso contar nos dedos de uma mão as pessoas que conheço que fazem isso. E quando fazem sempre sofrem...

Enfim..."Vida louca, vida, vida breve...!!"

sábado, 18 de outubro de 2008

Ausência

Olho os carros à correr pelas ruas
Barulho, motores, freios, ares
Pessoas, carros, motos, pessoas
Tanto movimento, tanta agitação
Tanta confusão
Sensação de coisa pequena
A gota d'água que evapora do carro
Ou até a molécula que a compõe
Incolor e inodora
Quente
Escorre, perde a presença por alguns instantes
Muitas vezes a presença torna-se ausência
E a sensação de saber que está ali,
mas não se sente ali
Vazio total

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

...

E mais uma semana chega ao fim...

"Soom", de Kim Ki-Duk

Sentimento é para sentir e não para se explicar...





A noite

Longa noite, momento eterno que demora a passar
Ás vezes amiga, ás vezes traiçoeira
Infinito eterno de espaço vazio, oco, sem tato
Ao mesmo tempo acolhedor, aconchego
Paz, calmaria, tempestividade, agitação
Nunca se sabe o que esperar da noite
Com seus olhos piscando ao céu, nomeados estrelas
Aquele fundo negro, quase um vácuo no meio da alma
O vazio
Tempo, tempo, tempo
Durante a noite encontramos a diversidade humana
perambulando para lá e para cá
Num sempre caminhar sem destino, sem rumo
Mas há um rumo
O rumo ao infinito, para alcançar os olhos piscantes
E seu grande globo ofuscante
Que de medo ou receio se mostra onipotente
Porém presente
A cada instante
A cada noite

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pour mes amis

Engraçado como as coisas acontecem. Depois de escrever a última postagem fui alugar o filme Sex and The City (sou viciada na série). Pois bem...o filme resumiu tudo que eu disse antes.

Como realmente é possível sermos felizes casados, solteiros e tudo isso junto ao mesmo tempo. Não importa o que vem ou o que vai, o que importa é a permanência do amor entre os amigos. É, amigos! Pessoas tão difíceis de serem encontradas em nossa maratona vital e de repente, pronto, eles aparecem como quem não quer nada e nos conquistam. Amigos, aqueles que gostam da gente de graça (como costumo falar). Que estão ali quando precisamos, como um problema ou outro na vida, e quando precisamos ainda mais, nas festinhas para se divertirem e perderem a cabeça junto com a gente, naquela noite bem divertida e que promete muitas surpresas. Beber, dançar e morrer de tanto rir, sentindo a felicidade, nem que seja por mais uma noite juntos.

Sempre falo que amigo não é só para as horas ruins. Claro que nessas horas, quando precisamos de um ombro, é importante saber que podemos contar com algumas pessoas. Isso conforta. Mas amigos são para todos os momentos. Tem os amigos específicos: os de copo; os de balada; os de filosofar em qualquer lugar; os de chorar; os de não fazer nada o dia todo e mesmo assim ser agradável; os que descordam o tempo todo do que você fala; os que concordam...são várias as possibilidades. Mas que acima de tudo, nos respeitam!

Amizade é um relacionamento como outro qualquer: tem dia que você quer ficar o dia inteiro junto; outro que você não quer nem olhar para cara; brigam, se beijam, discutem, se amam. Isso que é o importante: se amam. Não importa a distância, o momento da vida, as trapalhadas que cometemos, enfim...não importa, eles estão ali.

Pode parecer cafona, clichê, ou seja lá o que for, mas Carrie e sua trupe me ensinam muito. Sim, me ensinam. Não aprendo só com Dostoiévski, Sartre ou Simone. Aprendo com coisas comuns também. É uma mistura de ensinamentos que formam nosso ser.

E sempre acho bom saber que não estou sozinha nos meus pensamentos cotidianos...estou sempre acompanhada, porque afinal, como no filme Na Natureza Selvagem: "a felicidade só é completa quando é compartilhada".

Escreva sua própria história

Sempre ouvi muito falar de Martha Medeiros e tal, mas não lia nada dela, nem na revista do Globo, que ela escreve todo domingo. Mas um dia resolvi ler e gostei das idéias dela. Confesso que não achei nada surpreendente, ou diferente, pelo contrário, me identifiquei com seus pensamentos. Enfim...

Na crônica sobre casamento, me lembrei de uma conversa que tive com uma amiga há pouco tempo. Parece que as pessoas realmente nascem, crescem, se reproduzem e morrem. É até engraçado isso! E a maioria nem se dá conta. Aparentemente seguem o fluxo como se realmente concordassem com essa lei, mas se forem questionados, nem sabem o que responder, porque nunca param pra pensar nisso.

Outro dia vi algumas fotos de uma amiga, do aniversário dela. Só tinha casal: namorados, maridos, esposas, filhos...a parafernalha toda. E fiquei analisando aquilo. Pessoas sorridentes e felizes. Por que alguém só pode ser feliz se casar? E não falo aqui de sentimento, porque casamento muitas vezes não é sinônimo de sentimento. Quantas pessoas você conhece que se casaram realmente apaixonadas? Dizendo que era para a vida toda?? E depois de uns 5 anos, quantos casais ainda se amam? É muita hipocrisia. E mais, dizem que mulher tem medo de ficar solteira. Quantas mulheres você conhece, com pelo menos 30, que estão solteiras? E quantos homens? Não darei a resposta, procure você mesmo.

Não estou levantando a bandeira da solteirice. Apenas acho que devemos ter o direito de escolher e ser respeitados pelas nossas escolhas. Porque relacionamento é parceria, é estar junto ali, para o que der e vier, e, se com sentimento já é difícil, imagine sem.

Já percebeu também que casais costumam se afastar de amigos solteiros. Como se houvesse grupos: os casais e os solteiros.

Sim, não almejo uma família de propaganda de margarina. Penso em outras coisas: que não há regra para nada. Casamentos são diferentes, famílias são diferentes, solteiros são diferentes.
Tudo na vida é relativo, canso de dizer isso!

Quando me imagino daqui uns anos, não penso na rotina: casa, trabalho, escola, casa, marido. Penso em conjunto. Penso em filhos? Sim. Numa casa, com uma vida normal, viajando, pé na estrada total, carregando os gurizinhos nas costas, correndo na areia da praia, marido brincando de castelo com as crianças. E se não tiver o marido, está bom também.

Acho que o importante é sermos felizes. É estarmos bem com nós mesmos, com nossa consciência; nos respeitar antes de mais nada. É sermos respeitados pelas nossas diferenças no pensar, no agir, no ser.

É simplesmente viver, viver e viver...respirar, um outro dia...E poder escrever sua própria história...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

La vie - part. 2

No ônibus, voltando para casa, viu coisas que a incomodaram um pouco. No entanto, sentiu um vento entrando pela pequena abertura da janela ao lado bater em seu rosto. Começou a sentir uma paz, felicidade, serenidade, que duraram alguns segundos. Sensação essa há muito não sentida. E percebeu que na verdade nunca havia sentido...

Desceu, e andou quarteirão por quarteirão atrás de alguma resposta que a explicasse aquela sensação. "É isso!", pensou. Realmente, era aquela sensação que sempre procurou. O vento foi apenas a demonstração do que ela tanto procura. Seria uma pista de por onde deveria ir. O cheiro que deveria seguir... E então descobriu que a felicidade e o bem estar são possíveis e palpáveis.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

La Vie - part.1

Durante um certo tempo pensou que tinham razão: será mesmo? A solidão é uma sensação estranha e tão confusa...Mas não era isso que ela pensava, mas o que a faziam pensar. Começou a perceber a idéia que as pessoas fazem umas das outras, nesse mesmo dia, e também ficou confusa. Saiu, caminhou pela praia, analisou cada situação que havia conversado com algumas pessoas anteriormente, mas não adiantava. O que ela pensava não era importante naquele momento. Faziam com que pensasse que o importante era a opinião do outro. "Mas que outro?", questionou. Quem seria esse "outro"?

Ficar sozinha estava sendo uma situação tão interessante naquele momento. Sentir-se! Era isso que ela vivia. O "sentir-se" de cada dia, cada momento, cada respiração, que aos poucos se deu conta do quão importante era ficar consigo mesma. Era ter todas essas sensações que com outras pessoas não são perceptíveis. Era o deixar ser, sentir, absorver; ir ao encontro de tudo e de todos ao mesmo tempo. De repente ela estaria seguindo o caminho certo da felicidade que tanto procura. Aquele algo mais...não em outra pessoa, mas na vida. Então por que o pensamento e opiniões alheias eram tão importantes? "Me isolarei", pensou durante a noite...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

apenas me expressando 2...revoltas


aos que eu amo...um abraço
aos que odeio...as sombras
aos que nada sinto...a indiferença.

E nada mais que isso...

A degradação humana

Luz...muita luz...Imagina se um dia você estivesse andando na rua e fosse surpreendido por um clarão nos olhos. Cegueira total..não negra, mas branca! Mas o fato de não enxergar não é o principal problema: o mais doloroso é se, no meio desse surto, apenas você não ficasse cego.

Sempre achei que o pior dos sentidos para se perder seria a visão. Sempre tive isso comigo...no entanto, acho que independente do que aconteça conosco, que aconteça em coletividade. Ser a única pessoa capaz de ver, sentir e viver o mais profundo do ser humano; o mais degradado; o mais sujo do caráter, personalidade, condição de vida e postura moral (a pior de todas), sem ter ninguém para compartilhar, para aliviar a dor, deve ser o mais perto da depressão profunda que um ser humano pode chegar.

No entanto, muitas pessoas que já passaram por esse mundo se sentiram assim, sem necessariamente perderem algum dos sentidos. Pensadores, filósofos, ou até pessoas comuns conseguiram (e ainda conseguem) ter essa mesma sensação: de estar num mundo que ninguém vê, apenas ele.

Sensibilidade vai além de enxergar: é sentir. Simplesmente isso. E não é fácil! E quem sente não pediu para ser assim. Simplesmente é! Com todo sofrimento e dor, consegue sentir o pior da humanidade corroer pelas entranhas e não ter muita saída. Um fardo que se carrega até as últimas consequências, mesmo que sangrando...

No caso do filme, Ensaio sobre a Cegueira, dirigido por Fernando Meirelles (não li o livro ainda, por isso não farei comparações e não falarei de Saramago), é apenas a metáfora do universo em que vivemos. Ao que temos que nos sujeitar para tentar sobreviver de alguma forma. Ou, sem julgamentos de certo e errado, ou covardia e coragem, aos que preferem apenas sumir no meio disso tudo, com qualquer uma das armas que se têm.

____________________________________
Título: Ensaio sobre a Cegueira (Blindness)
Direção: Fernando Meirelles
Roteiro: Don McKellar, baseado em livro de José Saramago
Duração: 120 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2008

pensando...

"Sou demasiado orgulhoso para acreditar que um homem me ame: seria supor que ele sabe quem sou eu. Também não acredito que possa amar alguém: pressuporia que eu achasse um homem da minha condição."

Nietzsche

Seria isso o cúmulo do egocentrismo e modéstia ou há uma certa lógica nessas palavras. Acho que fico com a segunda opção...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

ser, ter, parecer...

Entre muitas leituras no momento, um trecho que achei interessante compartilhar:

"A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou, no modo de definir toda realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados acumulados da economia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual todo 'ter' efetivo deve extrair seu pretígio imediato e sua função última. Ao mesmo tempo, toda realidade individual tornou-se social, diretamente dependente da força social, moldada por ela. Só lhe é permitido aparecer naquilo que ela não é".

Debord, Guy. A sociedade do espetáculo. (p.18)

Vamos refletir...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Enjoy it

Para os que frenquentam o site de vídeos Youtube e tem um outro olhar sobre a cultura, vale saber que agora o site disponibilizou entrevistas, cenas, recitais, e muito mais, de algumas personalidades marcantes. Entre elas, nossa amiga Clarice, em entrevista a Tv Cultura, em 1977, apresentada na exposição do CCBB Rio, postado anteriormente no presente blog.
Outros nomes são: Bibi Ferreira, Glauber Rocha, Cacilda Becker...entre outros
Enjoy it!!!

escrever....

Queria escrever algo agora...mas não sei...

Pensar eu penso, e muito...
Ler eu leio, e muito...

Aliás, tudo que faço, faço muuuito...

Que coisa nada a ver...

sábado, 6 de setembro de 2008

A p... da vida..

Continuando a falar da vida e suas palhaçadinhas...

"quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele, soprando sulcos na pele, soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto
com uma navalha fina

sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto
com calma

(eu parei de lutar contra o tempo ando exercendo instantes,
acho que ganhei presença)"


Viviane Mosé

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

...

Há muito tempo venho comprovando e concordando com a frase de um pensador que agora não lembro o nome (que se dane o nome!)... Realmente: "o inferno são os outros"
E se ofendi alguém...só lamento!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Vidas que se mostram

Ontem, assistindo ao maravilhoso programa Saia Justa, no maravilhoso GNT (adooro), vi o depoimento de duas mulheres, que no momento não me recordo de que país eram, mas são latinas. O tema da vez no programa era "ir para outro lugar e se encontrar". Identificação melhor do que essa com minha pessoa, impossível. Enfim...

Crises existenciais à parte (senão vou ocupar o post inteiro) eis que uma delas fala sobre deixar a vida. E ela expressou esse sentimento de uma forma que me chamou a atenção. Ela disse que no meio de seu sofrimento e vontade de sair pra se encontrar, ela teve vontade de deixar de viver. E explicou que não era morrer...Olha que interessante: deixar de viver sem necessariamente morrer. Gostei muito disso! Pensei, repensei, analisei...é possível. E acho que muitas pessoas procuram isso e não necessariamente a morte. Porque morrer é muito fácil: livra-se dos problemas e pronto. Mas deixar de viver? Isso sim é mais doloroso. Vejo isso como se tornar um zumbi. Sim...aquele ser que anda, se mexe, mas não pensa...fica meio que vegetando sem estar deitado...fica por aí perambulando sem saber por quê, nem pra onde. Isso é deixar de viver sem morrer...

Você foge, foge e foge...e quando olha pra trás as coisas insistem em correr atrás de você. Você acha que está se afastando, mas está cada vez mais perto. Triste...isso sim é triste!

dores

Pensamentos que sufocam, vozes que sufocam...
força, força,quer sair, mas não consegue.
Não consegue ou é impedida por mim, inconscientemente?
Não sei...
Só sei que está começando a doer e se não conseguir sair, vou infartar dessa vez...mesmo que o que ouvirei machuque muito...mas acho que a dor não será maior do que a que já senti há pouco tempo...ou será?
Só uma coisa eu sei, seja para meu bem ou mal, se conseguir, tudo mudará...
Será que vale a pena essa mudança?
Algo será perdido?
Risco...realmente a vida é um risco...
TENHO MEDO

Viver no escuro...

Viver é como andar por um túnel na escuridão total
sem saber o que encontrar pela frente,
De repente o grande barato da vida é esse: se surpreender!
E no meio do caminho nos depararmos com situações inesperadas...
Às vezes boas e outras vezes ruins...
É estar sempre preparado para qualquer situação
Mas será que isso é fácil?

terça-feira, 2 de setembro de 2008

e a vida segue...

"Vida louca vida, vida breve, já que eu não posso te levar, quero que você me leve"


É...naquela época tinha uma pessoa que já entendia das coisas: Cazuza.

Vida...a vida, a vi da, a vida da...a porra da vida!

(to meio puta hoje)

domingo, 31 de agosto de 2008

então...

Quero viver, como De Beauvoir e Lispector,
e sugar intensamente essa vida que não pede para existir
e mesmo assim insiste em se aproveitar de mim;

Daqui nada quero levar. Nem mesmo o conhecimento.
Apenas quero sugar e usufruir...e mais nada.

sábado, 30 de agosto de 2008

Nem Freud, nem Lacan...Clarice me entenderia...

Entre frases e jogo de luzes, eis que entro na exposição de Clarice Lispector, no CCBB Rio. Sentir: essa é a palavra que expressa o que aconteceu no momento. É ler e sentir, cada letra, cada palavra, cada vida, cada momento, cada imagem.

E entre uma saleta e outra, me deparo com Clarice. A próprio, numa entrevista à Tv Cultura, em 1977, ainda em preto e branco, mas muito real. Conflitos, entendimentos e desentendimentos, amores...enfim...entre um cigarro e outro e os dedos marcados pela digitação da máquina de escrever da época, ela fala sobre vida...com o olhar sempre vazio. É isso: vida! Coisas banais que se tornam complexas a cada fala. Não complexas por serem difíceis, mas complexas de significação, de importância. Entre frases como: "Tem período que a vida é intolerável" e "quando me comunico com o adulto, me comunico com o mais secreto de mim mesma ... aí é complicado" ela fala com propriedade, mas sem modestia, sobre a vida e seus conflitos e a nessidade de se entender e ser entendida.

E para os que pediram, aí estão algumas frases da exposição:


"Viver não é relatável; viver é vivível"
"Essa coisa sobrenatural que é viver. O viver que eu havia domesticado para torná-lo familiar"
" .. descobrir que não tenho um dia-a-dia. É uma vida-a-vida. E que a vida é sobrenatural"
"...morrer vai ser o final de alguma coisa fulgurante: morrer será um dos mais importantes atos de minha vida".
" Vida é o desejo de continuar vivendo e viva é aquela coisa que vai morrer. A vida serve é para se morrer dela".
" Eu que jamais me habituarei a mim, queria que o mundo não me escandalizasse"
" O que eu sinto eu não ajo. O que ajo, não penso. O que penso, não sinto. Do que sei, sou ignorante. Do que sinto, não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse".

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Nem tudo é o que imaginamos...

Depois de um mês (só pra variar) li a matéria de Clarah Averbuck, na revista Bravo de julho, sobre o filme Nome Próprio. Revista pra mim é assim: para saborear aos poucos e não para devorar de imediato. Enfim...

O longa foi baseado no livros Máquina de Pinball e Vida de Gato de Clarah. No entanto, ao assistir o filme a impressão que nos dá é que se baseia na vida dela e seus escritos no blog Brasileira!Preta. Mas, de acordo com a matéria, escrita por ela mesma, houveram alguns equívocos no roteiro. Realmente o blog dela foi um dos primeiros do Brasil e causou muita polêmica, já que falava sobre a vida dela, seu cotidiano, mesmo que em 3ª pessoa, como se fosse ficção. Mas não....era sobre a vida dela. E não foram esses escritos que ela utilizou nos livros, como mostra o filme. Ela já havia acabado o Máquina de Pinball quando o burburinho de seu blog estourou.

Na matéria ela diz: "Posso até julgá-lo um bom filme, com grande atuação, mas, como adaptação da minha obra, muita coisa incomoda. Ainda estou digerindo Nome Próprio."

Opinião mais direta e sincera, impossível!

É bom sabermos a o
pinião de escritores que têm seus livros adaptados para a telona. Porque pelo que já li, a maioria não aprova o resultado...aliás, muitas vezes até o público.

Os outros livros de
Clarah são: Máquina de Pinball (Editora Conrad ); Das coisas Esquecidas Atrás da Estante (Editora 7 Letras) e Vida de Gato (Editora Planeta). Agora ela está com outro blog: Adiós Lounge.

Personagem Camila, por Leandra Leal

sábado, 23 de agosto de 2008

Fim da tensão...

Depois de uma semana tensa, só um fim de semana fresco para acalmar os nervos.

Acabei de saber que o CCBB Rio está com uma exposição sobre Clarice Lispector. Cenários da novela de mesmo nome da obra literária da escritora, A Hora da Estrela, e vídeos com entrevistas.

Depois escrevo uma crítica.

Por hoje é só...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

escrever...

escrever, escrever e escrever. é só o que tento fazer, sem saber pra quê!
iluminar meus pensamentos, angústias, dores, delírios? não sei.. e a incerteza às vezes leva ao desespero incontrolável. tempo...esse indefinido, mas que em algum momento nos dá as repostas, cedo ou tarde...

terça-feira, 5 de agosto de 2008

seu jorge e eu, eu e seu jorge


Inacreditável, mas precisei ir à Vitória pra conhecer Seu Jorge. Sim, o próprio. Depois de muito álcool, sentei ao seu lado no bar e saí a fazer perguntas...imaginem... Desde seu álbum com minha diva Ana Carolina, ao cd Cru, gravado fora do país. De acordo com Seu Jorge, o cd com Ana não era ser pra ser gravado. Foi insistência dela. Enfim...acho que o resto do assunto não devo postar, pois muita coisa pode ser mal interpretada. Sei lá!!!


Bom...era isso!!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Livros

A partir de hoje escreverei apenas sobre livros. Livros esses que estou lendo para algumas provas da vida..hehehe

Chega de melodramas emocionais pessoais...e a vida segue seu rumo sem perder o foco, jamais!

terça-feira, 29 de julho de 2008

...

Eu vou atravessar o rio a deslizar
que me separa de você
O tempo atravessa em meu lugar
e deixo pra depois o que eu tinha que fazer
O destino aceito sem dizer sim ou dizer não
sem entender
e fica a sensação de saber exatamente porque mentir
Eu sei de onde vim e pra onde irei
mas com você fico sem saber onde estou
Nós dois que sequer nos parecemos
e não cabemos num mesmo espelho
mas nos olhamos toda manhã
A ferrugem mesmo pouca
corrói os trilhos
As ruas nos atravessam
sem olhar pro lado
estou em você

ana carolina

___________________________________________

É...algo anda acontecendo dentro de mim...enfim...confusa...preciso de um tempo sozinha, tempo esse indefinido...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Existencialismo...

Alguns acham besteira, outros sofrem muito, e tem os que tentam entender. Independente da colocação de cada um, o fato é: cada dia mais encontramos pessoas em crises existenciais. Umas mais, outras menos. Toda a dor, angústia, falta de ar, pés fora do chão, falta de horizonte, são sensações que machucam o interior do ser humano de um forma destrutiva. Muitas vezes até suicída. E não é voluntário...o que torna o sentimento ainda pior. Porque só um masoquista iria gostar de viver assim: sentindo dor.

Repensei muito sobre isso depois de assistir ao longa Nome Próprio, de Murilo Salles, estrelado magnificamente pela atriz Leandra Leal. Mundo dos blogs à parte ( porque esse tema ainda rende outra postagem) me foquei na crise pessoal da personagem Camila. Como que em pouco tempo foi possível assistir a dois filmes com os quais me identifiquei tanto (Na Natureza Selvagem foi o primeiro). Muitas vezes não observo apenas a estética cinematográfica, ou que diretor fez o filme. Observo muito o tema e os pensamentos das personagens.

É muito fácil julgarmos vidas, escolhas, sentimentos, ações e tudo mais quando não nos diz respeito. Quando o "problema" é da pessoa ao seu lado, à sua frente, atrás...enfim, quando não é com você. Perturbações emocionais, mentais, psicológicas não são possíveis de serem vistas. Apenas sentidas. E aí é que mora o perigo: como o outro poderá compreender, se ele não vê? Essa é a teoria de muitos, ou da maioria das pessoas por aí. E para mim isso é apenas a comprovação do mundo egoísta e individualista em que vivemos. Só importa o que acontece com nós mesmos.

Enfim...para os que acham que falei baboseira, ótimo! Para o que se identificaram, ótimo também! Não acho que temos que convenser ninguém de nada, mas pelo menos que reflitam.

É isso!!

_______________________________
Título: Nome Próprio
Direção: Murilo Salles
Roteiro: Elena Soarez, Murilo Salles e Melanie Dimantas, baseado nos livros "Máquina de Pinball" e "Vida de Gato", de Clarah Averbuck, e em textos publicados pela autora em seu blog pessoal.
Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2008

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Em busca...

Às vezes pensamos coisas nas quais não entendemos. Mas, em algum momento, algo acontece, ou alguém aparece e diz coisas como se estivéssemos nos ouvindo. Foi o que aconteceu comigo ao assistir ao longa Na natureza selvagem, dirigido por ninguém menos que Sean Penn.

Foi indicação de um colega. Não sabia bem ao certo sobre o que era. Por isso foi tão tocante e emocionante ao mesmo tempo. Cada palavra e pensamento que eu via na tela, era como ler meus próprios pensamentos.

Não era cinema...era vida! Isso mesmo, vida acontecendo ali, naquele momento. Eu não estava sentada em uma poltrona, no escuro, com ar refrigerado. Eu estava lá, na estrada, carregando mochila, andando pelo asfalto quente, pegando sol na cara. Eu estava junto com ele, o personagem Christopher McCandless ou Alexander Supertramp (Emile Hirsch).

Muitos não entendem o que é precisar sair, ou querer sair... sentir a necessidade de sair. E não sair de dentro de uma casa, de um estabelecimento apenas...é sair da sua vida, o que também não significa morrer. É sair da vida que leva, da infelicidade de cada dia, com pessoas estranhas, com rotina estranha...sair daquilo que o atormenta de alguma forma. E isso não é fugir! Pelo contrário. Vejo isso como a procura da cura. Sim, cura! Cura de ter que frequentar lugares e conviver em sociedade de forma hipócrita e falsa. Ou como dizem agora: FAKE!

Um resumo bem rápido: o filme conta e história de um jovem, que ao fim da faculdade foge para o Alaska, em busca de respostas para seus questionamentos.

E é isso. Em algum momento temos vontade de sumir mesmo; largar tudo para trás. Começar do zero! Mesmo que não seja pra sempre, que seja o tempo necessário para se purificar, se curar, se iluminar.

Se você nunca pensou nisso, parabéns! Mas para os que, como eu e
Christopher McCandless, pensamos nisso, e no caso dele agiu, não pense que está sozinho. E saber disso sempre conforta.

Ps.: Só um pequeno detalhe: é um caso real!

__________________________
Título: Na Natureza Selvagem ( Into the Wild)
Direção: Sean Penn
Ano: 2007
Roteiro: Sean Penn, baseado em livro de Jon Krakauer

sábado, 5 de julho de 2008

Sentimentos...

Sentimento é algo inexplicável. De repente esse é o barato mesmo. Não é pra explicar, é apenas pra sentir!
Mas no meio do tumulto interno emocional a gente procura uma saída que explique algo...
Porque, como diz minha amiga Lispector: eu preciso pelo menos achar que entendo, senão eu piro!
E essas situações são tão inusitadas que nos deixa um pouco tontos.
Preciso concentrar minhas energias em outras coisas, frequentar mais o Parque Lage pra relaxar e deixar a vida me mostrar os caminhos, sem perder o foco.
Vida insana da po...a!!

sábado, 21 de junho de 2008

Sentidos

Esses dias descobri que o ar tem cheiro...e que a sensação de liberdade e leveza realmente são possíveis de se sentir. São palpáveis...

domingo, 8 de junho de 2008

Notas sobre um escândalo (Notas sobre uma mulher má)

O quanto poderá existir de furioso no ser humano?

O amargo da vida, o descaso com o seu próximo, o cinismo e a pior de todas as companheiras, neste caso, a corrosiva solidão é o que nos dá Bárbara Covett, personagem implacável de Judy Dench em interpretação memorável,

Produção de 2006, dirigido por Richard Eyre, “Notas sobre um escândalo” conta a historia de duas professoras de uma escola pública em Londres, onde a novata Sheba Hart vai dar aula de arte e conhece a veterana Bárbara Covett.

Sheba tem uma vida bastante convencional, casada com um homem mais velho, tem dois filhos (um deles portador de síndrome de down). Em resumo, Sheba resolve fazer algo diferente, ou “fazer a diferença” como diria Bárbara para alterar a rotina de sua vida morna e sem emoção. E na escola vai se deixar envolver por um adolescente de 15 anos, um pecado imperdoável para grande maioria das pessoas. Sheba em sua transgressão trai o marido, trai os filhos e trai a moral praticando a pedofilia.

Bárbara, que já nutria uma paixão fulminante pela amiga, considera este segredo uma chance cega e incoerente de trazer o objeto do seu desejo só para si. É dentro desta situação que Bárbara começa a tecer sua teia de violência psicológica contra Sheba que aos pouco se deixa dominar.

“Notas sobre um escândalo” é um filme que trata de maldade, do horror de envelhecer só e sem quaisquer perspectivas. As duas personagens são trituradas por seus pecados íntimos. É um filme de ator, para ator brilhar e o diretor cuida disto muito bem. Judy Dench e Cate Blanchett esgrimam em cena por 92 minutos em atuações decisivas e exemplares, não tinham como errar.

Apesar da extrema e inquestionável presença de Cate Blanchett, Judy Dench brilha como Bárbara Covett, a professora homossexual solitária, ácida e reprimida que destila o seu veneno como uma metralhadora giratória e rabisca o seu diário todas as noites, pontuando seus comentários com brilhantes estrelinhas.

Há tempos alguém disse uma frase de efeito, com as devidas adaptações vou copiar: - Quando Judy Dench representa um bom personagem, ela é realmente, muito boa, mas quando encontra um personagem do quilate de Bárbara Covett, ela é muito melhor.

Eu recomendo para quem ainda não o assistiu e para quem já o assistiu por que não rever o trabalho irrepreensível de duas atrizes brilhantes.

____________________________

Texto de meu amigo José Mauro Mesquita, colaborador do site do Festival Rec, de vídeos universitários.