sábado, 24 de janeiro de 2009

A Vida

Refletir sobre a vida é uma situação corriqueira para muitas pessoas. Sobre a morte então, nem se fala! E quando você consegue visualizar e com isso, sentir a real sensação de como é ver passar toda uma vida? E se, ainda, ela for de trás para frente? Foi com todos esse questionamentos que saí do cinema depois de assistir a O Curioso Caso de Benjamin Button, de David Fincher (o mesmo diretor de Zodíaco). Com uma trama angustiante, O Curioso... faz com que o espectador sinta aquele "frio no estômago" durante toda a sessão.

Baseado num conto do escritor americano F. Scott Fitzgerald, a película fala de amor materno, abandono, relacionamento e, principalmente, vida. Benjamin, interpretado magnificamente pelo ator Brad Pitt, nasce com uma doença desconhecida. A vida para ele começa do final. Todo enrugado, com aparência de um senhor de 80, após ser abandonado pelo pai, que o rejeita, Benjamin, ironicamente, cresce num asílo. A empregada do local o adota como filho e lhe dá esperanças sobre a vida. Lá ele conhece Daisy (Cate Blanchett), neta de uma das idosas do asílo, que passava as férias ali com a avó. Benjamin se apaixona por Daisy desde então. Ela na época estava com seus cinco anos de idade. Ele com sete, mas ainda não andava direito, tinha cabelos brancos, catarata e artrose.

Com o passar da vida de Benjamin ele teve um experiência inversa ao normal. Com o tempo ele chegou a juventude.


A dor de saber que ficaremos um dia velhos, talvez incapazes de realizar tarefas tão banais do cotidiano aflige qualquer pessoa. Muitos pensam que a solução seria nascermos velhos e chegarmos à infância. O Curioso... é um soco no estômago para quem assiste. Acompanhar todo o sofrimento de Benjamin desde o seu nascimento, isolado das crianças "normais" de sua idade e até chegar ao fim de sua vida, fazem o mais racional ser humana se emocionar.

análise técnica

Destaque para a excelente maquiagem. Cate aos 20 e poucos anos e Brad com aparência de 80 são sem dúvida os pontos marcantes do filme. Explicado por quê Brad Pitt precisou de 5 horas diárias para concluir a maquiagem necessária para interpretar Benjamin Button.

Vale lembrar que o filme está indicado ao Oscar deste ano em 13 categorias: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Brad Pitt), Melhor Atriz Coadjuvante (Taraji P. Henson), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Figurino, Melhor Maquiagem, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhores Efeitos Especiais.

Fotos e informações: adorocinema.com.br

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Filme: O Curioso Caso de Benjamin Button
Direção: David Fincher
Adaptação: Eric Roth e Robin Swicord, baseado em estória de F. Scott Fitzgerald
Elenco: Brad Pitt, Cate Blanchett, Julia Ormond, Tilda Swinton e Elias Koteas

sábado, 17 de janeiro de 2009

E eu ainda me surpreendo...

Essa semana o diretor do Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), no bairro do Fonseca, em Niterói, Dr. José Luiz Medeiros, convidou a imprensa para uma coletiva para falar sobre o resultado do exame de DNA de um bebê que nasceu em novembro. Isso porque a cozinheira Alexsandra Santos de Oliveira, de 34 anos, na época, havia dado a luz ao filho Gabriel e dois meses depois, levantou a hipótese de a criança ter sido trocada no hospital. O fato aconteceu pois, ela e o marido, o servente Alexandre Assunção Maciel, também de 34, são "negros" e o bebê é branco e tem os olhos claros. Detalhes à parte, esse foi o assunto desde o início desse mês em toda a imprensa carioca.

A troca de recém nascidos em maternidades não é notícia nova para ninguém. "Erro primário", como disse o diretor do Heal, ou não, é sempre uma erro. E nesse caso, um problema e tanto. Porém, a imprensa resolveu achar que esse era o único assunto de importância no momento. Falta de notícia? Tenho lá minhas dúvidas. Ainda mais se tratando de Rio de Janeiro.

Claro que, por ter uma diferença grande entre os pais e a criança em questão, além de outros erros de identificação do bebê e da mãe, que foram cometidos e devidamente assumidos pelo diretor, o fato não poderia passar despercebido. Mas metralhar a integridade do Hospital e a competência da equipe de enfermeiros e médicos, foi além da conta. Até porque, durante todo o tempo a Alexsandra admitia que tinha um avô com as mesmas características da criança.

Quando se tem nas mãos algo tão poderoso como um veículo de comunicação, tem que se levar em conta uma boa investigação e ter certeza do que está sendo falado, sugerido e, principalmente, insinuado.

Por final, na coletiva ficou confirmado que o bebê era sim filho de Alexsandra. Satisfeitos? Poderia ter falado o diretor. Mas não insatisfeitos com o que ouviram, começam as especulações de que o pequeno Grabriel poderia não ser filho de Alexandre (o pai). Increditável!

Eis que surge uma voz lá atrás: "É sim. Ele é o pai. Ele fez o exame por vontade própria". Mais inacreditável ainda alguém perder tempo para responder isso...

Enfim...esse é a imprensa brasileira...o que posso fazer???
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Foto: Divulgação Globo.com