terça-feira, 29 de julho de 2008

...

Eu vou atravessar o rio a deslizar
que me separa de você
O tempo atravessa em meu lugar
e deixo pra depois o que eu tinha que fazer
O destino aceito sem dizer sim ou dizer não
sem entender
e fica a sensação de saber exatamente porque mentir
Eu sei de onde vim e pra onde irei
mas com você fico sem saber onde estou
Nós dois que sequer nos parecemos
e não cabemos num mesmo espelho
mas nos olhamos toda manhã
A ferrugem mesmo pouca
corrói os trilhos
As ruas nos atravessam
sem olhar pro lado
estou em você

ana carolina

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É...algo anda acontecendo dentro de mim...enfim...confusa...preciso de um tempo sozinha, tempo esse indefinido...

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Existencialismo...

Alguns acham besteira, outros sofrem muito, e tem os que tentam entender. Independente da colocação de cada um, o fato é: cada dia mais encontramos pessoas em crises existenciais. Umas mais, outras menos. Toda a dor, angústia, falta de ar, pés fora do chão, falta de horizonte, são sensações que machucam o interior do ser humano de um forma destrutiva. Muitas vezes até suicída. E não é voluntário...o que torna o sentimento ainda pior. Porque só um masoquista iria gostar de viver assim: sentindo dor.

Repensei muito sobre isso depois de assistir ao longa Nome Próprio, de Murilo Salles, estrelado magnificamente pela atriz Leandra Leal. Mundo dos blogs à parte ( porque esse tema ainda rende outra postagem) me foquei na crise pessoal da personagem Camila. Como que em pouco tempo foi possível assistir a dois filmes com os quais me identifiquei tanto (Na Natureza Selvagem foi o primeiro). Muitas vezes não observo apenas a estética cinematográfica, ou que diretor fez o filme. Observo muito o tema e os pensamentos das personagens.

É muito fácil julgarmos vidas, escolhas, sentimentos, ações e tudo mais quando não nos diz respeito. Quando o "problema" é da pessoa ao seu lado, à sua frente, atrás...enfim, quando não é com você. Perturbações emocionais, mentais, psicológicas não são possíveis de serem vistas. Apenas sentidas. E aí é que mora o perigo: como o outro poderá compreender, se ele não vê? Essa é a teoria de muitos, ou da maioria das pessoas por aí. E para mim isso é apenas a comprovação do mundo egoísta e individualista em que vivemos. Só importa o que acontece com nós mesmos.

Enfim...para os que acham que falei baboseira, ótimo! Para o que se identificaram, ótimo também! Não acho que temos que convenser ninguém de nada, mas pelo menos que reflitam.

É isso!!

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Título: Nome Próprio
Direção: Murilo Salles
Roteiro: Elena Soarez, Murilo Salles e Melanie Dimantas, baseado nos livros "Máquina de Pinball" e "Vida de Gato", de Clarah Averbuck, e em textos publicados pela autora em seu blog pessoal.
Duração: 130 minutos
Ano de Lançamento (Brasil): 2008

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Em busca...

Às vezes pensamos coisas nas quais não entendemos. Mas, em algum momento, algo acontece, ou alguém aparece e diz coisas como se estivéssemos nos ouvindo. Foi o que aconteceu comigo ao assistir ao longa Na natureza selvagem, dirigido por ninguém menos que Sean Penn.

Foi indicação de um colega. Não sabia bem ao certo sobre o que era. Por isso foi tão tocante e emocionante ao mesmo tempo. Cada palavra e pensamento que eu via na tela, era como ler meus próprios pensamentos.

Não era cinema...era vida! Isso mesmo, vida acontecendo ali, naquele momento. Eu não estava sentada em uma poltrona, no escuro, com ar refrigerado. Eu estava lá, na estrada, carregando mochila, andando pelo asfalto quente, pegando sol na cara. Eu estava junto com ele, o personagem Christopher McCandless ou Alexander Supertramp (Emile Hirsch).

Muitos não entendem o que é precisar sair, ou querer sair... sentir a necessidade de sair. E não sair de dentro de uma casa, de um estabelecimento apenas...é sair da sua vida, o que também não significa morrer. É sair da vida que leva, da infelicidade de cada dia, com pessoas estranhas, com rotina estranha...sair daquilo que o atormenta de alguma forma. E isso não é fugir! Pelo contrário. Vejo isso como a procura da cura. Sim, cura! Cura de ter que frequentar lugares e conviver em sociedade de forma hipócrita e falsa. Ou como dizem agora: FAKE!

Um resumo bem rápido: o filme conta e história de um jovem, que ao fim da faculdade foge para o Alaska, em busca de respostas para seus questionamentos.

E é isso. Em algum momento temos vontade de sumir mesmo; largar tudo para trás. Começar do zero! Mesmo que não seja pra sempre, que seja o tempo necessário para se purificar, se curar, se iluminar.

Se você nunca pensou nisso, parabéns! Mas para os que, como eu e
Christopher McCandless, pensamos nisso, e no caso dele agiu, não pense que está sozinho. E saber disso sempre conforta.

Ps.: Só um pequeno detalhe: é um caso real!

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Título: Na Natureza Selvagem ( Into the Wild)
Direção: Sean Penn
Ano: 2007
Roteiro: Sean Penn, baseado em livro de Jon Krakauer

sábado, 5 de julho de 2008

Sentimentos...

Sentimento é algo inexplicável. De repente esse é o barato mesmo. Não é pra explicar, é apenas pra sentir!
Mas no meio do tumulto interno emocional a gente procura uma saída que explique algo...
Porque, como diz minha amiga Lispector: eu preciso pelo menos achar que entendo, senão eu piro!
E essas situações são tão inusitadas que nos deixa um pouco tontos.
Preciso concentrar minhas energias em outras coisas, frequentar mais o Parque Lage pra relaxar e deixar a vida me mostrar os caminhos, sem perder o foco.
Vida insana da po...a!!