domingo, 27 de maio de 2007

À procura do "eu"!

Hoje tenho apenas uma dica para dar. Leiam a coluna de Luís Caversan no Folha Online de sábado (26/05). Um bom texto sobre querer seguir sua vida, objetivos e viver...apenas viver!!


E vamos que vamos...



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sexta-feira, 25 de maio de 2007

Em Nome de Deus! ALELUIA!

Terça feira, 22 de maio, 15hs. Muitas pessoas, em sua maioria mulheres com mais de 40 anos e até idosas adentram no prédio que antes era o grande cinema do bairro. Logo na entrada uma banquinha vendia livros e alguns jornaizinhos a respeito do assunto. Entro e fico acompanhando a movimentação. De repente, quando menos esperava, alguém começa a falar sob um alto volume, à frente de todos. Não dava para entender as palavras. Mas como se tivesse ouvido meus pensamentos, eis que surge um microfone e a voz logo ecoa em meus ouvidos. Cada vez mais alta. As frases começavam baixas, mas terminavam de forma a chamar minha atenção e a de todos que ali estavam, a qualquer custo. Confesso que ás vezes me assustava, pois os gritos surgiam quando eu menos esperava.

Sim. Eu estava na Igreja Universal do Reino de Deus! A famosa sessão de descarrego das terças feiras.

Por curiosidade, mas pura curiosidade mesmo, ali estava eu, mais uma cidadã tentando não acreditar no que estava vendo e muito menos ouvindo. E nem imaginava o que ainda tinha por vir.

Com voz estridente, um rapaz, aparentemente com uns 30 anos, falava em seu microfone em nome de Deus. Sim, aquele "ser" que nunca vimos, mas que a maioria das pessoas temem e acreditam.

Pois bem, quando todos nós estávamos com as mãos na cabeça (como o pastor mandou), eu olho para os lados e vejo pessoas, homens e mulheres, que até aquele instante não haviam passado por ali. Eles andavam entre os bancos do ambiente. Com blusas de manga comprida e gola alta, homens de calça e mulheres de saia até os joelhos e, principalmente, com os cabelos naquele antigo penteado de bailarinas, o coque. Com olhar e postura intimidadores, eles passavam ao lado dos bancos, enquanto outros se posicionavam à porta de saída, como guardas. Esses eram os obreros.Tudo isso acontecia paralelo ao grande show do reverendo.

Cinco. Sim. Cinco foram as vezes em que foi pedido, ou quase exigido dos fiéis alguma contribuição para com a instituição. Primeiro ele cobrou o famoso dízimo, o que até então posso achar estranho a cobrança assim, digamos...descarada, mas isso existe em qualquer igreja. Entretanto, logo em seguida, surgiu um produto. Quase me senti assistindo à um daqueles canais de vendas. Eram cds. Neles cotinham cânticos dos cultos da igreja e ainda uma oração final do pastor. O mais incrível era a explicação: não precisava levar o cd (que por sinal custava dez reais. Preço estipulado pelo pastor). A pessoa podia apenas deixar a contribuição para ajudar a igreja, e o cd o reverendo ia passar para pessoas que realmente precisavam ouvir as palavras de Deus. Que realmente estavam com problemas.

Teve a parte da contribuição para as obras - vale lembrar que elas já estavam acontecendo. No entanto, mais um vez, o pastor deixou claro que era preciso que todos ajudassem com pelo menos 100 reais.

Depois de mais pedidos de contribuição, o último foi o melhor. Os obreros distribuíram um envelope, no qual os fiéis deveriam escrever no encarte seu sofrimento e aflição. Dentro do envelope deveria colocar uma contribuição que iria ajudar na busca de sua paz. De acordo com o pastor, todos os encartes seriam amarrados numa pedra (que estava no altar), que por sua vez seria jogada de cima do vão central da ponte Rio - Niterói. Nessa hora cheguei a pensar que ou eu estava num programa humorístico ou num hospício mesmo. Ou melhor: num programa humorístico dentro de um hospício. Mas o mais importante foi o aviso. Nós não poderíamos ir lá por conta própria, apenas ele e os obreros, que eram os anjos enviados por Deus para realizar tal tarefa e que era tão perigoso algum de nós querermos também realizar essa loucura, que o coisa ruim poderia intervir e um acidente não nos deixaria chegar até o topo da ponte.

Não sei o que você, que está lendo esse texto, está pensando. Mas entendo, porque nem eu consigo acreditar no acabei de escrever...será que eu sonhei?


E vamos que vamos...


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domingo, 6 de maio de 2007

Monólogo: "A Alma Imoral"

Clarice Niskier, atriz

Como falei no meu outro blog, tudo na vida é relativo. E foi isso o que comprovei também ao assistir o maravilhoso monólogo A Alma Imoral. Baseado no livro homônimo do rabino Nilton Bonder, a peça são trechos, parábolas bíblicas, que deixam a platéia em pensamento sobre as questões da vida. Desde Adão e Eva, no Paraíso, e toda a questão do pecado original, à história de Sodoma e Gomorra, em que o incesto é colocado como única alternativa para salvar um povo.

Cada trecho coloca em cheque questões morais e de princípios. A alma como algo imoral mesmo. E isso fica mais interessante com o fato de a atriz ficar nua durante toda a peça.

Independente de religião, o texto vem a acrescentar a todos. A nos fazer pensar nessas histórias, de repente com outro olhar e, principalmente, transportá-las para o dias atuais. No nosso cotidiano.

Mas durante a peça fiquei observando o público que estava ali assistindo, compenetrado em cada palavra da atriz e fui fazendo a somatória: Rio de Janeiro + Leblon + burguesia (nada contra a burguesia num todo, mas parte dela) = .... Não achei um resultado. Surpresa? Não sei! Mais estranho ainda é que saí da peça pensando: "Nossa! Isso tudo é tão óbvio". Foi aí que parei pra analisar: "O que é óbvio?" Saber que viver no individualismo, olhando para o próprio umbigo, só gera conflito e discórdia, e que viver nos extremos, no radicalismo total, também gera conflito e discórdia. Não era pra tudo isso ser óbvio?

Pois além de saber que tudo na vida é relativo, essa semana também descobri que o que é óbvio para mim pode não ser para os outros e que a partir do momento que as pessoas não acham óbvio aquilo que eu acho, então não existe nada óbvio. E partindo do princípio de que acho isso tudo tão óbvio, tudo que estou afirmando aqui passa a ser relativo. Essa é a única certeza que tenho.

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Quem tiver mais interesse e por acaso não puder assistir a peça, tem a opção do livro:

A Alma Imoral, Nilton Bonder. Editora Rocco.

Outras obras do rabino:
A Cabala da Comida (2004), A Cabala da Inveja (2004), Código Penal Celeste (2004), A Arte de se Salvar (2005), Ter ou não Ter, Eis a Questão (2006), Curativos para a Alma (2000), O Segredo Judaico de Resolução de Problemas (2005), entre outros.


E vamos que vamos...


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