segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"Em todas as lágrimas há uma esperança"
De Beauvoir.

Tenho pensado muito nessa frase ultimamente. Simone de Beauvoir sempre me entende. Não só ela, como Clarice Lispector. Enfim...

Realmente, sempre há esperança. Ao contrário do que muitos costumam dizer, ela não é a última que morre. A esperança não morre jamais. E vou sempre confiar nisso..

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

"O vazio é um meio de transporte pra quem tem coração cheio"

O título da postagem é de uma música de Paulinho Moska, grande entendedor da vida e suas consequências emocionais. Consequências emocionais porque alguns acontecimentos na nossa vida nos afetam na parte mais sensível mesmo: o sentimento. Seja o que for que aconteça: uma briga com o amigo; desentendimento com a família; um esporro do chefe...a dor é por dentro. É invisível, o que a torna ainda pior. Temos pena de quem faz uma operação, leva um tiro, corta um dedo até, mas quando a ferida é interna, ninguém vê, ela se torna invisível e consequentemente ignorada e mal interpretada pelas pessoas.

Mas por que a atenção alheia se torna importante nessas horas? Por que muitas vezes nos importamos com o que os outros acham ou deixam de achar? E pior: nos aborrecemos com isso. Palhaçada! No final é tudo uma palhaçada só. Somo criados para contar com as pessoas, pensar nelas, nos colocarmos em seus lugares...pra que? Afinal, quem faz isso??? Posso contar nos dedos de uma mão as pessoas que conheço que fazem isso. E quando fazem sempre sofrem...

Enfim..."Vida louca, vida, vida breve...!!"

sábado, 18 de outubro de 2008

Ausência

Olho os carros à correr pelas ruas
Barulho, motores, freios, ares
Pessoas, carros, motos, pessoas
Tanto movimento, tanta agitação
Tanta confusão
Sensação de coisa pequena
A gota d'água que evapora do carro
Ou até a molécula que a compõe
Incolor e inodora
Quente
Escorre, perde a presença por alguns instantes
Muitas vezes a presença torna-se ausência
E a sensação de saber que está ali,
mas não se sente ali
Vazio total

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

...

E mais uma semana chega ao fim...

"Soom", de Kim Ki-Duk

Sentimento é para sentir e não para se explicar...





A noite

Longa noite, momento eterno que demora a passar
Ás vezes amiga, ás vezes traiçoeira
Infinito eterno de espaço vazio, oco, sem tato
Ao mesmo tempo acolhedor, aconchego
Paz, calmaria, tempestividade, agitação
Nunca se sabe o que esperar da noite
Com seus olhos piscando ao céu, nomeados estrelas
Aquele fundo negro, quase um vácuo no meio da alma
O vazio
Tempo, tempo, tempo
Durante a noite encontramos a diversidade humana
perambulando para lá e para cá
Num sempre caminhar sem destino, sem rumo
Mas há um rumo
O rumo ao infinito, para alcançar os olhos piscantes
E seu grande globo ofuscante
Que de medo ou receio se mostra onipotente
Porém presente
A cada instante
A cada noite

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pour mes amis

Engraçado como as coisas acontecem. Depois de escrever a última postagem fui alugar o filme Sex and The City (sou viciada na série). Pois bem...o filme resumiu tudo que eu disse antes.

Como realmente é possível sermos felizes casados, solteiros e tudo isso junto ao mesmo tempo. Não importa o que vem ou o que vai, o que importa é a permanência do amor entre os amigos. É, amigos! Pessoas tão difíceis de serem encontradas em nossa maratona vital e de repente, pronto, eles aparecem como quem não quer nada e nos conquistam. Amigos, aqueles que gostam da gente de graça (como costumo falar). Que estão ali quando precisamos, como um problema ou outro na vida, e quando precisamos ainda mais, nas festinhas para se divertirem e perderem a cabeça junto com a gente, naquela noite bem divertida e que promete muitas surpresas. Beber, dançar e morrer de tanto rir, sentindo a felicidade, nem que seja por mais uma noite juntos.

Sempre falo que amigo não é só para as horas ruins. Claro que nessas horas, quando precisamos de um ombro, é importante saber que podemos contar com algumas pessoas. Isso conforta. Mas amigos são para todos os momentos. Tem os amigos específicos: os de copo; os de balada; os de filosofar em qualquer lugar; os de chorar; os de não fazer nada o dia todo e mesmo assim ser agradável; os que descordam o tempo todo do que você fala; os que concordam...são várias as possibilidades. Mas que acima de tudo, nos respeitam!

Amizade é um relacionamento como outro qualquer: tem dia que você quer ficar o dia inteiro junto; outro que você não quer nem olhar para cara; brigam, se beijam, discutem, se amam. Isso que é o importante: se amam. Não importa a distância, o momento da vida, as trapalhadas que cometemos, enfim...não importa, eles estão ali.

Pode parecer cafona, clichê, ou seja lá o que for, mas Carrie e sua trupe me ensinam muito. Sim, me ensinam. Não aprendo só com Dostoiévski, Sartre ou Simone. Aprendo com coisas comuns também. É uma mistura de ensinamentos que formam nosso ser.

E sempre acho bom saber que não estou sozinha nos meus pensamentos cotidianos...estou sempre acompanhada, porque afinal, como no filme Na Natureza Selvagem: "a felicidade só é completa quando é compartilhada".

Escreva sua própria história

Sempre ouvi muito falar de Martha Medeiros e tal, mas não lia nada dela, nem na revista do Globo, que ela escreve todo domingo. Mas um dia resolvi ler e gostei das idéias dela. Confesso que não achei nada surpreendente, ou diferente, pelo contrário, me identifiquei com seus pensamentos. Enfim...

Na crônica sobre casamento, me lembrei de uma conversa que tive com uma amiga há pouco tempo. Parece que as pessoas realmente nascem, crescem, se reproduzem e morrem. É até engraçado isso! E a maioria nem se dá conta. Aparentemente seguem o fluxo como se realmente concordassem com essa lei, mas se forem questionados, nem sabem o que responder, porque nunca param pra pensar nisso.

Outro dia vi algumas fotos de uma amiga, do aniversário dela. Só tinha casal: namorados, maridos, esposas, filhos...a parafernalha toda. E fiquei analisando aquilo. Pessoas sorridentes e felizes. Por que alguém só pode ser feliz se casar? E não falo aqui de sentimento, porque casamento muitas vezes não é sinônimo de sentimento. Quantas pessoas você conhece que se casaram realmente apaixonadas? Dizendo que era para a vida toda?? E depois de uns 5 anos, quantos casais ainda se amam? É muita hipocrisia. E mais, dizem que mulher tem medo de ficar solteira. Quantas mulheres você conhece, com pelo menos 30, que estão solteiras? E quantos homens? Não darei a resposta, procure você mesmo.

Não estou levantando a bandeira da solteirice. Apenas acho que devemos ter o direito de escolher e ser respeitados pelas nossas escolhas. Porque relacionamento é parceria, é estar junto ali, para o que der e vier, e, se com sentimento já é difícil, imagine sem.

Já percebeu também que casais costumam se afastar de amigos solteiros. Como se houvesse grupos: os casais e os solteiros.

Sim, não almejo uma família de propaganda de margarina. Penso em outras coisas: que não há regra para nada. Casamentos são diferentes, famílias são diferentes, solteiros são diferentes.
Tudo na vida é relativo, canso de dizer isso!

Quando me imagino daqui uns anos, não penso na rotina: casa, trabalho, escola, casa, marido. Penso em conjunto. Penso em filhos? Sim. Numa casa, com uma vida normal, viajando, pé na estrada total, carregando os gurizinhos nas costas, correndo na areia da praia, marido brincando de castelo com as crianças. E se não tiver o marido, está bom também.

Acho que o importante é sermos felizes. É estarmos bem com nós mesmos, com nossa consciência; nos respeitar antes de mais nada. É sermos respeitados pelas nossas diferenças no pensar, no agir, no ser.

É simplesmente viver, viver e viver...respirar, um outro dia...E poder escrever sua própria história...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

La vie - part. 2

No ônibus, voltando para casa, viu coisas que a incomodaram um pouco. No entanto, sentiu um vento entrando pela pequena abertura da janela ao lado bater em seu rosto. Começou a sentir uma paz, felicidade, serenidade, que duraram alguns segundos. Sensação essa há muito não sentida. E percebeu que na verdade nunca havia sentido...

Desceu, e andou quarteirão por quarteirão atrás de alguma resposta que a explicasse aquela sensação. "É isso!", pensou. Realmente, era aquela sensação que sempre procurou. O vento foi apenas a demonstração do que ela tanto procura. Seria uma pista de por onde deveria ir. O cheiro que deveria seguir... E então descobriu que a felicidade e o bem estar são possíveis e palpáveis.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

La Vie - part.1

Durante um certo tempo pensou que tinham razão: será mesmo? A solidão é uma sensação estranha e tão confusa...Mas não era isso que ela pensava, mas o que a faziam pensar. Começou a perceber a idéia que as pessoas fazem umas das outras, nesse mesmo dia, e também ficou confusa. Saiu, caminhou pela praia, analisou cada situação que havia conversado com algumas pessoas anteriormente, mas não adiantava. O que ela pensava não era importante naquele momento. Faziam com que pensasse que o importante era a opinião do outro. "Mas que outro?", questionou. Quem seria esse "outro"?

Ficar sozinha estava sendo uma situação tão interessante naquele momento. Sentir-se! Era isso que ela vivia. O "sentir-se" de cada dia, cada momento, cada respiração, que aos poucos se deu conta do quão importante era ficar consigo mesma. Era ter todas essas sensações que com outras pessoas não são perceptíveis. Era o deixar ser, sentir, absorver; ir ao encontro de tudo e de todos ao mesmo tempo. De repente ela estaria seguindo o caminho certo da felicidade que tanto procura. Aquele algo mais...não em outra pessoa, mas na vida. Então por que o pensamento e opiniões alheias eram tão importantes? "Me isolarei", pensou durante a noite...