segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
domingo, 9 de janeiro de 2011
Sombra do passado
Duas horas a mais de viagem. Ela, ansiosa contava cada minuto no ponteiro do relógio para chegar à cidade. Pela manhã, o sol de verão, forte e quente, já previa tudo que iria acontecer. Cabelo, roupa, maquiagem, e na rua alguns pingos de chuva, mesmo em pleno calor, marcavam o ritmo dos preparativos para a grande noite. Todos de branco, muito champagne e música animavam o ambiente com pessoas bonitas, descoladas e alegres. Era meia noite. Os fogos desenhavam imagens no céu anunciando o novo ano que chegava. Novas metas e certeza de que desta vez tudo daria certo. Uma sensação de euforia, felicidade, realizações. Otimismo! Foi então que chegou a notícia. Era o passado. O que não existe mais. Não vive mais. Está morto. Ou estava, até aquele momento. Sentou. Respirou. E novamente ouviu. Sim! Era o som do passado que entrava pelos ouvidos. A cara assustada. O coração acelerado. Não de felicidade, como poderia ser, tendo em vista o contexto. Mas de medo. Isso! Esse foi o sentimento: MEDO. O que sentiu naquela noite e durante alguns dias que se seguiram até que esqueceu o ocorrido. Olhou pra frente e continuou o caminho da vida.
Pois a semana nem tinha acabado quando a voz do passado retornou."Não é possível!", pensou. O ano mal começou e já deu uma prévia de como pode vir a ser. Essa é a verdade. É melhor que os passos que o passado têm dado sejam leves e passageiros. Do tipo: "Ops! Esbarrei sem querer. Perdão!".
Que seja um morto vivo perambulando muito além da minha alma que já não anda mais perdida...
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